Não vou tentar explicar meu sumiço do blog nos últimos tempos, a situação continua a mesma, escola comendo quase que todo meu tempo útil, a preguiça que sempre atrapalha e por último meu pc que está em estado terminal, tanto que estou fazendo essa review pelo celular. Parando de enrolação vamos logo a análise.
Poucas coisas ultimamente me levantaram vontade de comentar a ponto de gastar tempo para escrever um post, já que soltar opiniões pouco formuladas e baseadas mais puramente em gostos pessoal no twitter e semelhantes é mais fácil, mas esse novo filme de Death Note conseguiu despertar essa vontade.
Vou ser direto antes de começar, esqueça a obra original. Você pode pensar “Ah, não me diga xeroque roumes, é óbvio que não vai ser parecido” mas acredite, mesmo entrando com esse intuito, logo nos primeiros 5~10 minutos de filme eu já me pego comparando, indignado pensando “como assim meu, o Light não é assim PQP”, acabou que eu passei os primeiros 20 minutos do filme pausando e repetindo a mim mesmo “esquece o original”.
Passada a “fase de adaptação” consegui ver sem maiores problemas, mas e ai, é bom? A resposta depende do tanto que você compara com o original. Por exemplo, se você lembrar da personalidade forte, decidida e convicta do Light original e ver a personalidade dele no live action vai ficar indignado com a mudança.
Destaco mais essa mudança pelo simples fato de isso afetar significativamente a história. Pra quem lembra do anime, sabe que o senso de “justiça” do Kira era algo inabalável, ele queria limpar o mundo e ele não tinha dúvida nenhuma de que estava certo no seu pensamento – não vou entrar no mérito de ele estar correto ou não – e isso se perde no filme. O Light do filme não crê que está certo, ele não tem a psicopatia que tinha no original, o que acabou levando a Misa (por increça que parivel) a pegar a responsabilidade de crer na justiça que ambos estavam fazendo. Pra quem viu o original sabe que a Misa tem um papel bem inexpressivo, servindo só como um apoio para o Light, no filme a Misa toma a liderança, é impossível imaginar isso acontecendo para quem viu o original.
O Ryuk também ficou extremamente ativo no filme, ele originalmente era isento em tudo, ele só observava o show, no filme ele ameaça constantemente o Light, parecendo que era ele o idealizador da justiça de Kira. Não gostei disso, acabou que tudo virou uma bola de neve, como o Light não tinha convicção, o Ryuk ameaçava. Acaba que você tem que fazer um exercício imaginativo para teorizar “o que aconteceria se o Light fosse desse jeito”? Só que fazendo isso você terá que esquecer da personalidade original do Ryuk e da sua forma de agir.
O L é outra coisa que também perdeu a essência. Ele é mais ativo e atirado do que é no original, eu não gostei disso também, pois ele é precavido, dedutivo e não corre riscos a toa, em um dos primeiros trailers já mostram isso, na parte de onde ele “desafia” o Kira, ele nunca se mostraria a menos que seja uma chance real para avançar e isso se perde no filme. Não preciso nem falar na parte final onde ele tem um ataque, de novo o filme coloca você à fazer um exercício de ‘o que aconteceria se…’ mas sempre caindo na máxima de esquecer a essência dos personagens e eu, pelo menos, desgosto bastante disso.
Se for pra achar algo de positivo nesse filme, em particular destacaria o pai do Light, ficou bem fácil de gostar dele. A Misa tendo um papel mais participativo, uma coisa que desgostei, também não foi ruim ao seu todo, deu uma pegada diferente, e por isso que é tão importante você se desprender do original, pois ficar preso a ele vai acabar com as chances de você aproveitar alguma coisa desse filme.
De resto, trilha sonora, efeitos e etc, são bem medianos, Death Note originalmente tinha uma trilha mais impactante, no filme ela ficou meio sem peso, os efeitos foram uma coisa curiosa, rolou bastante gore e é engraçado que originalmente era tudo bem leve, o foco era mais a parte do combate estratégico, mas se for pensar, até que tem algum sentido nesse gore que colocaram no filme, mas particularmente achei meio tosco.
Têm outras coisas questionáveis nesse filme, como a parte do Death Note, as regras, que inclusive foram usadas de uma forma bem entediante, matando totalmente a liberdade que o usuário tinha originalmente, mas admito que foi uma forma inteligente de matar tempo, condensaram a maioria dos acontecimentos relacionados a essas regras, como a liberdade de controlar usuários antes da morte. No original Light teve que ir descobrindo essas coisas, já no filme ele já tinha isso dado de bandeja. São detalhes até que bobos, mas pesam na minha opinião, mas de novo, não da pra pedir que fizessem da mesma forma que no anime, afinal não tinham o mesmo tempo a disposição.
Por fim, o final me intrigou um pouco, parece que deixaram uma brecha para fazer uma continuação (como eu não faço ideia), mas isso pode ser impressão minha. Terminou meio que em aberto, então quem se incomoda com esse tipo de final vai se preparando.
Mas mesmo esquecendo o original, ainda há algo à se aproveitar? Talvez, o problema é você desligar o lado simpatizante do original. Como um filme isolado, sem nada a ver com o original, é um filme que possivelmente irá te entreter de alguma forma, pra mim acabou sendo só uma forma de matar tempo e para comparar com o original
Por fim, não foi uma das melhores experiências, creio que exista coisas bem melhores para assistir, mas se você quiser ver para comparar e/ou quer matar um tempo vendo alguma coisa, vá em frente, do contrário eu não recomendo
Nota: 5/10 (sendo generoso)
Autor: @Shiro9029
Nome Temporário 2.0 